La Sylphide



Balé romântico em dois atos e três cenas
Libreto: Adolphe Nourrit
Coreografia: Filippo Taglioni
Cenários: Pierre Ciceri
Música: Jean Schneitzhoeffer
Figurinos: Eugène Lami
Estréia mundial: 12 de março de 1832, no Théâtre de l’Academie Royale de Musique, em Paris. Maria Taglioni interpretou a Sílfide e Mazilier foi James.


Com libreto de Adolphe Nourrit, La Sylphide foi inspirado no conto de Charles Nodier, "Trilby ou Le Lutin d'Argail", de 1822, que era baseado em uma lenda escocesa. La Sylphide é um marco histórico, pois representou o início da era romântica no ballet, pois continha todos os elementos do romantismo, a mulher idealizada, o amor inatingível, o predomínio do sobrenatural e a morte por amor.
Teve enorme sucesso quando de sua estréia, não apenas por trazer a era romântica aos palcos, mas principalmente pela inovação que representou, com a bailarina principal, Marie Taglioni, filha do coreógrafo deste ballet, Filippo Taglioni, usando sapatilhas de ponta. Foi a primeira vez que se atingiu em um ballet o que há muito era o ideal de todos os coreógrafos, fazer a bailarina ficar em um nível elevado, parecer leve, o que acabou se consagrando como símbolo da bailarina.

Além das sapatilhas, as roupas usadas passaram por grande alteração, entraram em cena os tutus românticos, com seus tecidos esvoaçantes e translúcidos, em várias camadas, o que só intensificava a impressão de leveza da bailarina. Outro ponto que merece destaque é a evolução ocorrida nos cenários nesse período, que culminou com a possibilidade das bailarinas "voarem" no palco, por meio de mecanismos cenográficos revolucionários.
O segundo ato foi determinante para o surgimento do ballet blanc, um ato inteiro somente com criaturas etéreas, que mais tarde seria dado continuidade em outros ballets, como Giselle, La Bayadère, etc.
Apesar do imenso sucesso alcançado por La Sylphide, a coreografia original foi se perdendo com o tempo, inúmeras foram as novas versões criadas após a de Filippo Taglioni, merecendo destaque a de Bournonville, em 1836, que ainda nos dias de hoje resiste, além desta, em 1971, Pierre Lacotte, baseado em profundas pesquisas realizadas em descrições e anotações da época, remontou o ballet para para a Ópera de Paris, tendo como papel principal sua esposa Gislaine Thesmar, sendo esta a versão mais conhecida na atualidade.





Ato I
Em uma fazenda na Escócia vive James, noivo de Effie, sua vizinha. Alguns dias antes do casamento, ao adormecer em uma cadeira, o rapaz sonha com uma bela jovem desconhecida, na verdade uma Sílfide, um ser da floresta. O sonho, no entanto, parece tão real que, ao despertar, ele a procura e, para sua surpresa, por poucos instantes consegue vê-la. James, abismado com a visão, pergunta a seu amigo Gurn, que ali perto dormia, se também a viu, o qual lhe faz lembrar que em pouco tempo estará se casando com Effie.

Effie e suas amigas vão até a casa de James para comemorar o noivado, até que uma estranha velha chega à festa, Madge, a feiticeira, que logo começa a ler a mão das moças, pedindo por último para ler a mão da noiva. Madge anuncia que Effie se casará, mas não com James, e sim com Gurn, que também é apaixonado por ela. Furioso com a previsão da feiticeira, James a expulsa de sua casa.
Sem dar importância às palavras da feiticeira, o casal continua comemorando o noivado, até que Effie e suas amigas vão embora, cuidar dos preparativos do casamento. James fica sozinho, a Sílfide reaparece, entrando pela janela, e confessa seu amor, apesar de tentar, James não resiste à beleza etérea da sílfide, acaba beijando-a, o que é visto por Gurn, que imediatamente vai chamar Effie.


Effie chega com os convidados, que intrigados com o relato de Gurn procuram pela sílfide, porém, sem sucesso, consideram ser apenas ciúme de Gurn. As comemorações do casamento iniciam, enquanto James dança com Effie a Sílfide reaparece, sendo vista somente por James, que fica atordoado com a visão. Os convidados ficam confusos com seu estranho comportamento, mas a cerimônia está prestes a começar, quando a Sílfide rouba a aliança das mãos de James, que sai correndo em direção à floresta, deixando Effie.

Ato II
Em uma clareira na floresta, Madge prepara um feitiço em um caldeirão. A Sílfide mostra a James seu mundo, as outras sílfides aparecem, todos dançam. Mais tarde, sozinho na floresta, procurando pela Sílfide, que mais uma vez repentinamente desapareceu, James encontra a feiticeira Madge, que lhe oferece um xale enfeitiçado que ao ser colocado na Sílfide faria cair suas asas, tornando-a uma mortal.

A Sílfide reaparece e dança com James, que coloca nela o xale dado pela feiticeira.




As asas da Sílfide caem, ela fica fraca e James entende que ao retirar suas asas retirou também sua vida, o xale enfeitiçado era a vingança de Madge por ter sido expulsa da casa de James.

As outras sílfides voam, levando o corpo da amada de James, e para seu desespero, a feiticeira reaparece e lhe chama a atenção para os sinos da igreja que badalam, anunciando o casamento de Effie e Gurn.



  • Foi o precursor do Ballet Romântico
  • Pela primeira vez foram utilizados tutus românticos
  • As sapatilhas de ponta também foram usadas pela primeira vez em La Sylphide, por Marie Taglioni, que interpretava o papel principal na estréia do ballet

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